Por Nobreza Negra - Sociedade Livre
O movimento MGTOW (Men Going Their Own Way) tem sido, ao longo dos últimos anos, alvo de intensos debates, especialmente quando associado a grupos mais radicais da chamada manosfera. No entanto, uma nova pesquisa publicada pela Ofcom, órgão regulador britânico de comunicação, está reescrevendo a forma como a sociedade compreende esse fenômeno.
Com base em entrevistas aprofundadas com 38 homens de diferentes faixas etárias e perfis socioeconômicos, a pesquisa aponta para uma realidade que contradiz as suposições midiáticas: a maioria dos homens MGTOW não compartilha de visões misóginas ou violentas, mas sim de uma filosofia de vida centrada na autonomia masculina, no desenvolvimento pessoal e na rejeição de expectativas sociais prejudiciais.
Um Estilo de Vida, Não um Ataque
Os entrevistados relataram, em sua maioria, que a escolha pelo estilo MGTOW não se deu por ódio às mulheres, mas sim por experiências negativas em relacionamentos, desilusões com padrões culturais modernos e um desejo de liberdade para viver de forma autônoma.
Não se trata de ser contra ninguém. Trata-se de ser a favor de mim mesmo. De recuperar minha paz. De viver sem me sentir explorado ou invalidado, disse um dos entrevistados, homem de 34 anos, britânico, solteiro e profissional autônomo.
O movimento prega que homens devem se afastar de estruturas sociais que consideram opressoras: relacionamentos abusivos, pressões financeiras impostas por obrigações conjugais e a expectativa cultural de que o homem deve prover a qualquer custo.
Fragmentação da Manosfera: Não São Todos Iguais
A pesquisa também apontou para uma fragmentação interna significativa entre os grupos da manosfera. Enquanto subgrupos como os Incels (celibatários involuntários) frequentemente demonstraram conteúdo misógino e niilista, os MGTOW se destacaram por abordagens introspectivas e filosóficas sobre o papel do homem moderno.
Alguns canais e influenciadores MGTOW oferecem conteúdo sobre minimalismo, empreendedorismo, saúde mental, planejamento financeiro e busca por sentido individual além dos padrões românticos convencionais. É um discurso que contraria a narrativa de que o MGTOW é um refúgio para o ressentimento.
Fomos colocados todos no mesmo saco. Mas existe uma diferença entre criticar padrões de relacionamento e pregar ódio. Muitos de nós apenas escolhem uma vida mais simples e tranquila, sem os dramas modernos.
A Crítica Social como Reflexão
Parte do discurso MGTOW gira em torno da crítica às normas jurídicas que regem o casamento e a guarda dos filhos. Muitos veem o sistema legal como desbalanceado, favorecendo automaticamente mulheres em processos de divórcio e custódia. Essa percepção alimenta uma atitude de autoproteção, e não necessariamente um embate com o feminino.
Essa visão, embora desconfortável para alguns setores da sociedade, tem ganhado eco entre homens que se sentem emocionalmente e juridicamente vulneráveis.
Ofcom: Riscos Foram Superestimados
O estudo da Ofcom conclui que os riscos da manosfera foram amplificados por mídias e por políticas públicas mal-informadas, que não distinguiram devidamente entre os diversos grupos online.
Embora reconheça a existência de conteúdo problemático em algumas comunidades, o órgão sugere que a abordagem de combate à misoginia online deve ser cirúrgica, direcionada a grupos específicos e baseada em dados concretos, evitando generalizações.
O Que o MGTOW Representa em 2025
No contexto de 2025, o MGTOW representa mais do que um movimento online: ele reflete um sintoma de uma sociedade em transformação, onde os papéis de gênero estão sendo questionados e muitos homens buscam novos sentidos para suas vidas fora das estruturas tradicionais.
Mais do que misóginos, os MGTOW entrevistados se apresentaram como críticos conscientes de um sistema que sentem não os representar mais, e cuja resposta é: sair do jogo, e criar novas regras.
Ir pelo próprio caminho não é fuga, é liberdade.
Essa frase, citada por mais de um entrevistado, sintetiza bem o espírito MGTOW em 2025: um movimento que não busca confrontar, mas sim se reinventar.
Nobreza Negra | Junho 2025
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Comentários
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Em resposta ao comentário de Leonardo Campos Freitas:
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Em resposta ao comentário de Leonardo Campos Freitas:
Ótimo trabalho sobre 'MGTOW: Nova Pesquisa Britânica Revela que Estilo de Vida Está Longe de Ser Extremista'! Há planos para um estudo longitudinal com a mesma amostra?
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Em resposta ao comentário de Augusto dos Anjos Neto:
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Em resposta ao comentário de Cecília Meireles Lima:
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Em resposta ao comentário de Cecília Meireles Lima:
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Em resposta ao comentário de Dênis Augusto Ribeiro:
Bom artigo sobre educação, porém a metodologia poderia ser descrita com mais detalhes.
Em resposta ao comentário de Isabela Siqueira Neves:
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Em resposta ao comentário de Catarina Jesus Santos:
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Em resposta ao comentário de César Eduardo Toledo:
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Em resposta ao comentário de Rafael Augusto Souza:
Texto bem escrito sobre educação, mas a introdução poderia ser mais objetiva sobre os objetivos.
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Em resposta ao comentário de Augusto dos Anjos Neto:
A análise fatorial exploratória com rotação varimax esclareceu a estrutura subjacente dos dados sobre 'MGTOW: Nova Pesquisa Britânica Revela que Estilo de Vida Está Longe de Ser Extremista'.
Os achados sobre educação são relevantes! Há dados sobre a confiabilidade interavaliadores?
Em resposta ao comentário de César Eduardo Toledo:
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Em resposta ao comentário de Leonardo Campos Freitas:
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Em resposta ao comentário de Monteiro Lobato Ferreira:
A abordagem multidisciplinar enriqueceu muito a discussão sobre 'MGTOW: Nova Pesquisa Britânica Revela que Estilo de Vida Está Longe de Ser Extremista'.
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Em resposta ao comentário de Raul Pompeia de Castro:
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Alguém sabe se há estudos similares sobre 'MGTOW: Nova Pesquisa Britânica Revela que Estilo de Vida Está Longe de Ser Extremista' usando métodos mistos como esse?
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