Voltar para a página inicial Pressupostos MGTOW - Parte 2

Pressupostos MGTOW - Parte 2

30/06/2025 10:36
INTRODUÇÃO

Deixe-me começar pagando minhas dívidas com os leitores do primeiro artigo. Nele definimos o que seria a MGTOW, mas vou repetir aqui a definição para alinharmos os pensamentos:

INTRODUÇÃO

A MGTOW foi feita por homens, para homens, fala sobre homens e de coisas que lhes interessam.

MGTOW, sigla do inglês para “Homens Seguindo Seu Próprio Caminho”, se trata de uma proposta de estilo de vida para homens que reconhece que o atual sistema social está totalmente enviesado para prejudicá-los financeira e emocionalmente, encarando-os apenas como ferramentas para o bem-estar e interesses das mulheres. Sendo assim, propõe que os homens abandonem, controlem ou restrinjam seu imperativo sexual para que este não interfira em seu bom raciocínio e tomada de decisão, deixando-os mais aptos a levar uma vida mais livre e empenhada em alcançar a máxima satisfação individual e desenvolvimento pessoal. Na esfera pública, afirma que o homem deve ser o centro do arranjo social para o melhor desenvolvimento civilizacional.

Trocando em miúdos…

Um belo dia o homem cai na realidade que o mundo é feminista e está contra ele; o homem deixa de ser controlado pela sua fome sexual; ele traça novos planos para sua vida; e segue em frente se tornando um homem melhor dia após dia.

Pronto, está aí a introdução que me pediram. Mas vamos agora para o que interessa.

PROLEGOMENA

No primeiro artigo me preocupei em mostrar os pressupostos, ou seja, o que está na mente de alguém antes de chegar nas conclusões que chega sendo MGTOW. Pense nesses pressupostos como os ingredientes para se fazer um bolo. Infelizmente, como já tinha dito, [...] o MGTOW não é monolítico, ele embarca várias abordagens diferentes sobre assuntos diferentes [...]. Então, é claro que, após ler o artigo, algumas pessoas sentiram que eu estava empenhado em forçar uma definição sobre o que “é ser MGTOW” e também que eu estava até mesmo usando a classificação errada: que MGTOW é um “estilo de vida” e não uma ideologia, movimento, filosofia, como afirmei no texto.

Antes de você me acompanhar nesses e outros desencontros sobre o MGTOW, deixe-me repetir: eu disse que não era um cavaleiro branco de armadura reluzente que salvaria o pensamento MGTOW! Sou apenas um anônimo, curioso e com tempo disponível (disponível até demais), que resolveu tentar entender que diabos é esse tal de MGTOW. Mas antes que alguém me acuse de mais alguma coisa, quero deixar claro que nada do que eu escrevo é uma verdade absoluta. Nada do que disse está gravado em pedra à moda dos 10 mandamentos. São apenas análises feitas do meu ponto de vista. E lembra que falei que nem sou tão inteligente assim? Mas, vamos lá tentar chegar a algum lugar, e tentar organizar um pouco essa bagunça de ideias. Nossos companheiros da Red Pill conseguiram deixar a casa deles arrumadinha, porque nós não conseguiríamos?
Vou avisar pela última vez caso não tenha ficado claro ainda: nenhum MGTOW é igual ao outro, nem tudo o que escrevo se aplica a todos os adeptos desse “estilo de vida”, OK?

MAIS UM PEDIDO DE DESCULPAS

Eu sei que parece que estou enrolando para começar as discussões, mas tenho que pedir desculpas… quer dizer, mais ou menos…

Me foi cobrado o fato de não citar nenhuma fonte sobre tudo o que escrevi. Quanto a isso, peço desculpas. Mas, ao mesmo tempo, isso é culpa do próprio MGTOW! Eu fico entre a cruz e a espada: por um lado seria bom citar as fontes de onde tiro minhas ideias, por outro lado, a maioria das fontes sobre MGTOW online são extremamente negativas e fazem um espantalho sobre ele, por ainda outro lado a maioria das fontes são de qualidade duvidosa perdendo até mesmo para vídeos da deepweb, e finalmente, tem membros da MGTOW que simplesmente ignorariam as fontes assim que vissem que elas são de locais ligados à Matrix, stablishment, Blue Pill, etc. Consegue ver a dificuldade? Sendo assim, se me der vontade e se eu conseguir vencer a preguiça, prometo tentar colocar as fontes dessa vez (ênfase no tentar).

O ELEFANTE NA SALA

Caso não tenha percebido, um dos tópicos que mais me tomou tempo no texto foi o tópico sobre Ateísmo. Isso porque eu já estava prevendo que muitos se sentiriam incomodados quando falasse sobre religião. A verdade é que estamos diante de um grande self-service de ideias. Temos no mínimo três visões de como devemos levar a nossa vida, e na internet todos os dias são criadas mais umas dez. Isso possibilita que cada indivíduo escolha como vai viver e no que vai acreditar, podendo misturar tudo num grande milk-shake de ideias. Graças a isso algumas coisas bizarras aparecem por aí todos os dias, como mães solteiras que só querem transar depois do casamento, pastoras do Onlyfans, relacionamentos abertos, homens trans engravidando mulheres trans (esse quando descobri me deu até um nó na cabeça), macumba gospel, o padre do balão, a grávida de Taubaté, ex-presidiário virando presidente da república, enfim. Onde quero chegar é que, mesmo que eu tenha dito que é incompatível um MGTOW acreditar em Deus, não quer dizer que para você se declarar MGTOW você deve abandonar a sua fé. Bom, deixe-me explicar.

Para desembaraçar essa questão, devemos primeiro traçar os passos lógicos básicos do pensamento MGTOW:

Deus não existe;
O homem é o único ser racional que existe;
O homem é o melhor candidato para definir o que é certo/errado; justo/injusto, bom/mau (ética e moral);
A vida deve ser vivida de acordo com aquilo que o homem definiu ser ético e moral.

O raciocínio segue do seguinte modo: o homem identifica ser ele um ser racional que precisa usar os recursos escassos na natureza para garantir a manutenção de sua vida, desejos, planos e objetivos. Estando ele dividindo a existência com outros indivíduos semelhantes a ele e que também necessitam dos mesmos recursos escassos, fica evidente que mais cedo ou mais tarde haverão disputas acerca destes recursos, afinal todos precisam comer e não tem maçã para todo mundo. Como podemos resolver esses conflitos? Quem, ou o quê, tem o direito de decidir quem vai comer o quê, e quando? (ufa!). A pergunta é exatamente essa, quem pode decidir, nas relações entre os indivíduos, o que pode ou não pode, o que é justo ou não, o que é desejável ou não, em outras palavras, quem decide o que é moral?

O homem começa suas observações tentando encontrar se há algo ou alguém além dele mesmo que possa vir a ser um bom candidato ao posto de legislador moral. Ele observa a natureza e se depara com seres diferentes de si, os animais, sem capacidade de raciocínio estruturado, sendo inaptos a decidir sobre moral. Dando mais um passo, o homem agora é obrigado a usar a razão e contemplar a possibilidade da existência da transcendentalidade, a possibilidade da existência além das comunalidades que ele percebe pelos seus sentidos. O homem precisa responder a pergunta: será que existe uma razão consciente que vá além da minha própria, sendo superior e, portanto, mais capacitada para decidir como devo viver e como devo me relacionar? Em resumo: Será que existe um Deus?

Vamos dar uma pequena pausa aqui para um recadinho: não estou fazendo referência á algum Deus cristão, mulçumano, africano, asiático, extraterrestre (sim, isso existe, tem maluco pra acreditar em tudo; Ashtar Sheram manda um abraço), etc. Estou usando o termo Deus de maneira resumida, conceitual e genérica. Então, por favor, não acendam a fogueira da inquisição pra mim, pelo menos por enquanto! Mas voltando…

O jogo agora é mais difícil pro lado do homem. Ele tem um dilema na mão. O homem como ser dotado de raciocínio tem que decidir se vai acreditar se algum tipo de Deus existe ou não. Olha que simples! Se Deus existe, sendo ele, Deus por definição e excelência, um ser superior em conhecimento, poder, autoridade, sabedoria e estando em seu posto muito mais elevado do que o homem, seria ilógico, uma estupidez, insensatez, loucura e tolice o homem, racional como é, não se submeter ao que este Deus ordena. Se Deus existe, ele é o candidato mais capacitado para dizer ao homem como deve viver sua vida e como deve interagir com os demais membros da sociedade. Deus seria a medida final de todas as coisas, seria o centro de todas as ideias; a moral humana seria teocêntrica. Entretanto, caso o homem desconsidere a existência de um Deus, não lhe resta outro candidato mais adequado para o posto de legislador moral do que ele mesmo. Na possibilidade de que Deus não exista, o homem se torna o centro de toda moralidade, sendo a fonte de determinação do que é bom/mau, justo/injusto. Seria o centro de toda moral. A moral seria antropocêntrica.

Mas realmente precisamos escolher uma fonte de autoridade moral? Não poderíamos deixar essa questão em aberto, sem resposta? A resposta é um sonoro NÃO! O MGTOW é racionalista até o tutano. Segundo ele, tudo pode e deve ser percebido, analisado e explicado pelo uso da razão. Dessa maneira, deixar uma questão “em aberto”, sem resposta, sem explicação que satisfaça a mente racional e lógica, é inconcebível para o sistema de pensamento MGTOW. O homem não consegue viver por outro meio que não seja pela razão. Afinal, se não viver pela razão, terá de viver pelas emoções, pelo acaso ou pelo pensamento positivo, e isso se parece demais com o jeito feminino de pensar. Argh!

Amigo MGTOW médio, consegue entender agora o motivo de eu ter dito que você precisa obrigatoriamente ser ateu para ser um MGTOW de verdade? OK, OK, eu sei que é possível acreditar em um Deus e ainda concordar com muitas das conclusões MGTOW. Alguns até dizem que Jesus pode ser considerado MGTOW já que viveu sem se casar para poder focar em seu ministério. Posso dar uma sugestão? Por exemplo, se você for cristão ou de outra religião, mas se identifica com alguns ideais MGTOW, que tal dizer que você é um MGTOW moderado? Ou MGTOW light? Ou MIGTOW teísta, talvez? De qualquer modo, para poder ser 100% fechado com a MGTOW, do começo ao fim, você tem que, obrigatoriamente, ser ateu. Espero que esse ponto tenha ficado bem claro.

MOVIMENTO, FILOSOFIA, IDEOLOGIA, ESTILO DE VIDA OU RELIGIÃO?

Joguei a seguinte pergunta no Google: Qual a diferença entre estilo de vida e filosofia? Ele me respondeu e abaixo está a resposta. Só dei um [Ctrl+c], [Ctrl+ v].

O estilo de vida refere-se ao conjunto de hábitos, costumes e práticas cotidianas de um indivíduo ou grupo, enquanto a filosofia é um campo de estudo e reflexão que busca compreender a natureza da realidade, do conhecimento e da existência humana.

Se olhar direitinho, acho que o MGTOW se encaixaria mais como filosofia do que como um estilo de vida segundo a definição do Google. Mas, na verdade pouco me importa essa distinção. Sobre a como devemos classificar o MGTOW, vou copiar a resposta que eu dei no campo de comentários do primeiro artigo:
Infelizmente não sei o motivo de os adeptos da MGTOW geralmente não gostarem de chamá-la de filosofia, mas sim de estilo de vida. No final, acredito que isso não faça tanta diferença para a prática das recomendações MGTOW. Às vezes me parece que essa resistência de chamar a MGTOW de filosofia ou ideologia possa ser um esforço para que ela não seja alvo de grandes questionamentos ou para que ela talvez não seja tratada com pouca seriedade, correndo o risco de ser encarada apenas como mais uma filosofia e seja tratada de qualquer maneira. Seja lá o que for, chamar ou não de estilo de vida não me parece um problema e também não isenta o movimento de ser estudado, avaliado, criticado, modificado ou abandonado. No final, o que importa é se ele realmente é um reflexo da realidade e se traz benefícios para os indivíduos e a sociedade em geral.

FECHAMENTO (TALVEZ?)

No primeiro artigo tentei ser o mais direto e impessoal possível, tratando as ideias de maneira objetiva e clara. Nesta parte dois, me permiti ser um pouco mais livre e permissivo no modo de me expressar. Isso não quer dizer que deixei de encarar a MGTOW com seriedade e que não respeito os que a abraçam de corpo e alma. Muito pelo contrário, reconheço que MGTOW nasceu em um berço banhando com suor, lágrimas e, muitas vezes, sangue. As questões masculinistas lidam com assuntos delicados que até mesmo já levaram alguns a tirar a própria vida. A maioria daqueles que pensam e discutem a MGTOW o fazem com alma e corações destroçados por um sistema e por relacionamentos que os usaram, descartaram e que não dariam a mínima se deixassem de existir. EU TAMBÉM FUI NOCAUTEADO PELO SISTEMA. Perdi bens, tempo e saí com a saúde física e mental destruídos. Por isso, cada linha que escrevo é tendo a consciência dos milhares de guerreiros que sofrem nas trincheiras desta realidade sádica e cruel.

Concluo então com a promessa que em breve, se me permitirem e desejarem, retornarei com mais artigos para análise do estilo de vida, ou para tentar corrigir alguma besteira que tenha dito anteriormente.
De qualquer forma, até logo e continuem Seguindo o Seu Caminho!

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Comentários

C
Carlos 30/06/2025 10:38

MGTOW é definitivamente, um estilo de vida.

R
Ragnarok Reis 30/06/2025 23:44

Parabéns pelo artigo deus te abençoe

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