Formada a partir da diáspora forçada de milhões de africanos de diversas etnias, como os bantos, iorubás e jejes, essa herança resistiu à brutalidade da escravidão e se reinventou continuamente. Sua presença é visceral na música, com o samba de roda baiano evoluindo para o samba urbano carioca e dando origem a gêneros como o maracatu, o afoxé e, mais recentemente, ao funk e ao hip-hop. Na religiosidade, tradições como o Candomblé e a Umbanda preservam cosmovisões africanas, mantendo vivos os orixás, inquices e voduns. Na culinária, ingredientes como o azeite de dendê, o leite de coco e a pimenta malagueta, além de pratos como o acarajé, o vatapá e a feijoada, são testemunhas vivas dessa influência. Além disso, a capoeira — uma síntese genial de luta, dança e jogo — e o vasto vocabulário de origem africana incorporado ao português brasileiro são provas incontestes de como a cultura negra não apenas contribuiu, mas moldou de forma decisiva e irreversível a alma do Brasil.
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